As borboletas são insectos da ordem Lepidoptera classificados nas super-famílias Hesperioidea e Papilionoidea, que constituem o grupo informal Rhopalocera.
As borboletas têm dois pares de asas membranosas cobertas de escamas e peças bucais adaptadas a sucção. Distinguem-se das traças (mariposas) pelas antenas rectilíneas que terminam numa bola, pelos hábitos de vida diurnos, pela metamorfose que decorre dentro de uma crisálida rígida e pelo abdómen fino e alongado. Quando em repouso, as borboletas dobram as suas asas para cima.
As borboletas são importantes polinizadores de diversas espécies de plantas.
O ciclo de vida das borboletas engloba as seguintes etapas:
Diversidade
Os invertebrados e em particular os insectos, constituem o grupo de maior diversidade animal em número de espécies e biomassa. Dentro deste grupo, destacam-se as borboletas (ordem Lepidoptera), que desde sempre atraíram a atenção dos biólogos, profissionais e amadores, pela variedade de cores, formas e padrões das suas asas. É um grupo sistemático relativamente bem conhecido, quando comparado com outros grupos de insectos.
De acordo com os estudos mais recentes estão descritas entre 146.000 a 165.000 espécies de borboletas espalhadas por vários tipos de habitats desde as regiões mais frias, passando pelas temperadas até à explosão da sua diversidade nas florestas tropicais. Admite-se no entanto estes números possam atingir as 500.000 espécies
Em Portugal existem 135 espécies de borboletas diurnas e mais de 2500 borboletas nocturas. Este grupo de insectos ainda se encontra pouco estudado, pelo que todos os anos se descobrem espécies novas.
As primeiras borboletas apareceram há mais de 200 milhões de anos. As espécies primitivas tinham mandibulas em vez da espirotromba, que usavam essencialmente para recolher os grãos de pólén. O aparecimento do aparelho bucal na forma de espirotromba permitiu que as borboletas se passassem a alimentar de fluidos açucarados como o nectar das plantas ou sumo de frutas maduras.
O grande “boom” da diversidade dos lepidópteros ocorreu no Cretácio, época em que apareceram as plantas com flôr e as borboletas diurnas (Ropalocera).
As borboletas estão intimamente relacionadas com as plantas. Durante a sua fase larvar, são espécies fitófagas, que se alimentam de uma pequena variedade de plantas ou de uma única espécie vegetal. Este vínculo relativamente à sua planta hospedeira faz com que a área de distribuição das borboletas seja em parte condicionada pela própria distribuição das plantas.
Tal como as abelhas, as borboletas são polinizadoras, sendo por isso fundamentais para a dispersão das plantas, cujo pólen pode ser levado a grandes distâncias nas espécies mais móveis. Por outro lado, as nutritivas lagartas e os imagos mais volumosos constituem um excelente alimento, contribuindo assim para o equilíbrio das cadeias tróficas. Os morcegos e muitas aves insectívoras teriam muita dificuldade em sobreviver se não fossem as borboletas, o seu alimento favorito.
A composição e abundância específica das borboletas de uma determinada área são um excelente indicador do habitat e do seu estado de conservação. Além disso, podem detectar aspectos mais particulares, tais como excesso de pressão exercida pelo gado, contaminantes químicos, etc, que de outra forma seriam difíceis de detectar.
Assim, o estudo das comunidades de borboletas e a sua distribuição geográfica poderá dar-nos uma medida do estado de “saúde” do habitat e ser muito útil na delimitação de áreas naturais que necessitem de medidas de protecção urgentes.
Ciclo de vida
As borboletas apresentam metamorfose completa. Quer isto dizer que à medida que se vão desenvolvendo vão ocorrendo mudanças na forma e na estrutura do corpo.
O ciclo de vida das borboletas ocorre ao longo de 4 fases: ovo, lagarta, crisálida e adulto. Quanto à sua duração varia de espécie para espécie. Por exemplo, a borboleta Monarca apresenta multiplas gerações ao longo do ano, completando o seu ciclo de vida em menos de um mês. Já a borboletas Carnaval pode passar mais de um ano na forma de crisálida, emergindo apenas no ano seguinte caso as condições ambientais sejam favoráveis. Um outro exemplo curioso é o da borboleta do Medronheiro, que passa os longos e frios meses de Inverno a hibernar na forma de lagarta, apenas voltando a alimentar-se quando chegarem os dias mais quentes.
REPRODUÇÃO
O principal objetivo de uma borboleta adulta é a reprodução. Na maturidade sexual os machos procuram as fêmeas e produzem uma espécie de perfume que as excita. No acasalamento, o esperma masculino é transferido para um saco lateral, dentro do abdome da fêmea. A fecundação só acontece no momento da oviposição, quando a borboleta fêmea comprime a bolsa com o esperma.
Na natureza, de cem ovos, apenas dois conseguem se transformarem efetivamente em borboletas. Sobreviver até a fase final é muito difícil. Porque uma parte das borboletas são alvos de predadores, tais como aranhas, pássaros, lagartixas, grilos e formigas, em todas as suas fases de transformação, desde o ovo até a da fase adulta. O restante é vitima de condições climáticas adversas, como frio, chuva, vento e ainda vírus e bactérias.
ETAPAS DA METAMORFOSE
As borboletas atravessam quatro fases de transformação: o ovo, a lagarta, a pupa e, finalmente, o imago, que é a borboleta adulta.
A fêmea fecundada procura a planta hospedeira para fazer a oviposição, isto é botar os seus ovos.
O ovo é uma estrutura rígida que resiste a variações ambientais e possíveis ataques de predadores.
Em condições ambientais satisfatórias, os ovos eclodem em média em 12 dias, dando origem às larvas.
Para evitar os predadores, elas permanecem imóveis durante o dia, para se camuflarem e mimetizarem com o ambiente, outros possuem espinhos ou pêlos urticantes.
As lagartas trocam de pele, ou casca, de quatro a oito vezes. Depois de várias transformações, elas se imobilizam e, trocando de pele mais uma vez, fixam-se de cabeça para baixo num tufo de seda com cola. Transformam-se, assim, em pupas. As lagartas, ao se empuparem, soltam a casca que as recobrem.
Em alguns dias, as borboletas nascem rompendo a camada da pupa. Durante o seu vôo inicial, elas se desfazem dos excrementos acumulados no intestino. Na maioria das vezes, o macho já esta a espera para o acasalamento.
A vida das borboletas é muito curta. Em média, elas vivem duas semanas. Excepcionalmente podem viver por um ano.
Importância ecológica
A borboleta é um importante agente polinizador. Se extintas, haveria prejuízos para a flora (prejuízos iniciais) e fauna (prejuízos consequentes). E por ter apenas a reprodução sexuada possui a variabilidade genética do animal.
Curiosidades sobre as borboletas
A borboleta é um animal pequeno e delicado, elas podem ter o peso mínimo de 0,3 gramas e as mais pesadas podem chegar a pesar 3 gramas, alguns tipos de borboletas podem chegar a medir até 32 centímetros de asa a asa
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